Al Pacino já foi o filho de um dos mafiosos mais poderosos dos Estados Unidos; dirigiu um carro em alta velocidade mesmo sendo cego e assaltou um banco para financiar a operação de mudança de sexo do seu namorado. É claro que, fez tudo isso, nas telas do cinema e essa gama de personagens o consagraram como um dos mais queridos e respeitados atores contemporâneos.
O intérprete, que sempre foi sinônimo de talento e ousadia, entretanto, limitou-se nos últimos anos a papéis que em nada lhe acrescentaram como ator e nem ao público como frequentador das salas de cinema. Al Pacino estava em uma espécie de piloto automático, preferindo a facilidade de filmes despretensiosos aos personagens desafiadores que encarnou ao longo das últimas décadas.
Mas, se o mundo é um grande palco e os homens e mulheres são meros atores, como uma vez afirmou William Shakespeare, a vida pode mudar como uma reviravolta em uma peça de teatro. E é exatamente isso o que o ator propõe com seu novo filme O último ato.
A produção narra a trajetória de um famoso ator que, de repente, percebe que perdeu a capacidade de atuar. Essa constatação vai levar o artista por um série de caminhos que nem mesmo ele seria capaz de imaginar, como se internar em um clínica para tentar se recuperar e, até mesmo, manter um relacionamento com uma moça muito mais jovem e lésbica.
O filme é baseado em um livro chamado A Humilhação e, se perde algumas inquietações e questionamentos presentes nas páginas impressas, ganha em carisma com a presença de um ator que é capaz de aproximar qualquer filme de uma verdadeira obra de arte.