É difícil pensar em Hugh Grant e não lembrar imediatamente de Um Lugar Chamado Notting Hill, filme em que o ator faz dupla romântica com Julia Roberts. E isso tem uma razão: este é o filme em que Hugh Grant interpreta com mais desenvoltura, entusiasmo, dedicação e comprometimento o personagem que se tornou o seu sinônimo: o sujeito bonito, meio estabanado, um pouco solitário, mas disposto a mudar para encontrar o verdadeiro amor.
Em Virando a página, filme que está em cartaz nos cinemas brasileiros, o ator novamente volta ao seu tipo de personagem mais famoso, tanto para o bem quanto para o mal. Na produção, Hugh Grant é Keith Michael, roteirista de cinema que fez muito sucesso no passado. Agora, para tentar manter as contas em dia, precisa aceitar um emprego de professor em uma escola do interior. Se, por um lado, podemos matar um pouco a saudade do ator trabalhando em algo que gosta e que tem plena certeza que faz bem, por outro existe uma nítida sensação de deja vu.
Um ponto extremamente positivo neste filme, entretanto, é o elenco coadjuvante que se mostra afiado e sintonizado. Com destaque, é claro, para Marisa Tomei, que interpreta a possibilidade de redenção do profissional decadente com todo o seu charme e beleza.
A produção celebra mais uma parceria entre o diretor Marc Lawrence e Hugh Grant que já resultou em filmes bacanas como Amor à Segunda Vista e Letra e Música. O resultado desse novo encontro ficou um pouco abaixo dos anteriores, mas ainda sim é capaz de proporcionar gostosas e despretensiosas gargalhas no expectador.