Uma sensação compartilhada por milhões de pessoas em todo o mundo é que a vida, nem sempre, é tudo aquilo que deveria ser. Respeitar os horários dos compromissos, comparecer ao trabalho diariamente, ter o destino programado e não permitir-se aproveitar o lado bom da vida são sentimentos vivenciadas nas típicas cidades de papel de todo o planeta, onde até mesmo as pessoas parecem apenas balançar conforme o sabor do vento.
O escritor best-seller John Green capturou com extrema delicadeza essa atmosfera de insatisfação com a vida cotidiana e a transportou para o universo juvenil. O resultado da adaptação do seu livro Cidades do Papel para o cinema pode ser agora conferido nas salas de projeção de todo o Brasil.
A trama gira em torno do garoto Quentin Jacobsen que leva uma vida tranquila e sem muitas emoções. Quando a sua vizinha Margo Spiegelman entra pela janela do seu quarto, as horas mais incríveis da vida do rapaz tem início. O problema é que na manhã seguinte, Margo desaparece sem deixar pistas. E na busca pela amiga, Quentin, necessariamente, terá que se perder para encontrar o que deseja.
Embora o filme seja claramente destinado aos jovens, o que torna a produção interessante para o público de todas as idades é que a narrativa opta sempre por caminhos que não tradicionais. Ao contar a busca de um garoto pela amiga desaparecida, o filme sintetiza o desejo humano de encontrar alguma mais na vida do que pessoas e cidades monocromáticas e sem graça, como se fossem feitas de papel.