É inegável que um sentimento presente em praticamente todas as culturas do mundo é a vontade de ajudar o próximo, principalmente em situações extremas. Não importa o tamanho do desafio a ser superado: dos marinheiros presos em um submarino aos mineiros soterrados por uma avalanche, milhões de pessoas unem forças e recursos em busca da salvação de desconhecidos. Mas, o que fazer, quando a pessoa em perigo encontra-se a 225 milhões de quilômetros do planeta Terra?
Essa premissa interessante e original é o fio condutor da aventura Perdido em Marte que está em cartaz nos cinemas brasileiros. Dirigido por Ridley Scott, responsável pelo clássico Blade Runner – O Caçador de Andróides, e tendo como protagonista Matt Damon, astro da trilogia Bourne, o filme conta as desventuras do astronauta Mark Watney que, após uma missão no planeta vermelho, é dado como morto. Quando Mark acorda, toda a sua equipe foi embora. Ao astronauta, resta uma escolha: desistir e morrer ou tentar sobreviver em um planeta absurdamente hostil para com a vida humana.
Baseado em um livro de grande sucesso, a produção consegue êxito na difícil missão de abordar temas científicos em um filme de ação. As alternativas que o astronauta encontra para plantar comida e reciclar água são exemplos de como a inteligência humana, quando colocada em prática, pode literalmente salvar vidas. Entretanto, a ciência é coadjuvante. O papel principal, é claro, é do divertido astronauta interpretado com dedicação e entusiasmo por Matt Damon que, mesmo nos momentos mais sombrios, não perde a esperança e faz piada de situações nas quais é, realmente, melhor rir do que chorar.
Ridley Scott exerce seu domínio narrativo de forma inspirada, lembrando seus melhores momentos e encontra em Matt Damon o ator ideal para viver alguém no limite entre a esperança e o desespero. Perdido em Marte é cinema-espetáculo com boas doses de questionamentos e indagações. Um programa ideal para passar duas horas no escuro de uma sala de projeção.