A incerteza quanto ao futuro da economia é um sentimento comum em praticamente todos os países. Conforme um estudo realizado pela empresa Dunnhumby, especializada em análise de mercado, o consumidor moderno não está disposto a abrir mão do seu padrão de consumo. Ao analisar mais de 770 milhões de clientes em todo o planeta, uma das grandes conclusões registradas foi que muitos consumidores pisam no freio no que se refere aos produtos mais cotidianos para usufruir de forma mais contundente dos produtos e serviços de alto padrão.
“Independentemente da classe social, o consumidor tende a manter o consumo de produtos que fazem parte e contribuem para seu estilo de vida, poupando em outras frentes. Por exemplo: uma pessoa que leva uma vida mais saudável possivelmente não vai abrir mão de consumir produtos naturais. Porém, para balancear as contas, pode economizar na compra de produtos de primeira necessidade ou em outras compras, como perfumaria, entretenimento e afins”, destaca Murillo Batista, professor da Pós-Graduação em Comportamentos de Consumo da Universidade Positivo.
O pensamento de que em momentos de crise os itens de luxo são os principais alvos dos cortes de orçamento, definitivamente faz parte do passado.
No Brasil, essa realidade é amplamente percebida, já que o clima de expectativa é ainda maior devido à questão política atual. Mas, um estudo recentemente divulgado pelo SPC Brasil comprovou que quando analisada a importância que os consumidores dão às suas marcas de luxo preferidas, praticamente 80% dos entrevistados faz questão de manter a fidelidade no momento de novas aquisições. A pesquisa, também, identificou que a experiência é parte significativa nos rituais de consumo, mesmo que isso implique em um valor mais acentuado dos artigos.
As grandes marcas do segmento já perceberam que é através do planejamento e da inovação que, apesar das indefinições, a economia pode voltar a crescer. O público está mais exigente e cada vez mais ligado em elementos que remetam a um consumo responsável. A crise pode ser real, mas ainda mais real é o desejo de superá-la.