O trabalho de distribuir o líquido para todo o corpo fica mais difícil, obrigando o músculo cardíaco, que já sofreu uma diminuição na sua força, a trabalhar mais para dar conta dessa missão. Além disso, “as válvulas localizadas dentro do órgão tendem a apresentar calcificações, o que deixa o caminho do sangue ainda mais complicado” explica Dr. Dante Senra, cardiologista e PhD pela USP. Outras alterações importantes nesse cenário é que o fígado passa a ter mais dificuldade para capturar e descartar o excesso de colesterol e há mais chance do diabetes dar as caras. De acordo com o cardiologista, todos esses fatores fazem com que doenças cardíacas, como a pressão alta, a insuficiência cardíaca, a arritmia e a cardiopatia isquêmica, o entupimento das artérias que levam sangue para o coração, tenham mais chances de ocorrer depois dos 60 anos. Por isso, as visitas frequentes ao cardiologista e o monitoramento da saúde cardíaca através de exames nessa fase da vida são ainda mais importantes.
A boa notícia é que com mudanças de hábitos é possível contornar esse quadro e melhorar a saúde do peito. De acordo com um estudo recente realizado na Universidade Erasmus de Roterdã, na Holanda, a principal dela é a prática de atividades físicas moderadas, o que inclui caminhadas, pedaladas, musculação e até o trabalho de casa. Manter o peso em dia, ter uma alimentação saudável, parar de fumar e combater o estresse e a depressão são outros elementos essenciais para proteger o coração. E quanto antes eles acontecerem, melhor, até porque cada vez fica mais difícil mudar os hábitos.
Sobre o DR. DANTE SENRA
O cardiologista Dr. Dante Senra é Phd pela Faculdade de Medicina da USP. Dr. Dante tem título de especialista em Cardiologia, Clínica Médica e em Terapia Intensiva. Autor do livro Medicina Intensiva, que ganhou o prêmio Jabuti. Dante Senra é cardiologista dos hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein e médico coordenador das Unidades de Terapia Intensiva e Clínica Médica do Hospital IGESP.