Os estudos de Stephen Hawking sobre as relações entre o tempo e o espaço, sobre a possibilidade de viajar para o futuro ou para o passado ou ainda sobre os misteriosos buracos negros são conhecidos por poucas pessoas.
Entretanto, o físico preso a uma cadeira de rodas, completamente paralisado e que emite uma voz metálica produzida por um computador é destaque, volta e meia, em alguma reportagem especial na televisão quando o tema é o universo. É impressionante perceber que alguém com a mente voltada para o cosmos infinito encontre-se imóvel dependente da ajuda dos outros.
O filme A teoria de tudo conta a incrível história real de Stephen Hawking. Mas, o foco do roteiro não é as suas descobertas que, literalmente, mudaram a forma de entender o universo. O centro das atenções da história é o romance entre Hawking e a aluna Jane Wide, bem como o surgimento e agravamento da doença motora que levou o físico a perder os movimentos de praticamente todo o seu corpo.
Filmes biográfico, principalmente com o personagem retratado ainda vivo, correm o risco de ser benevolentes demais. Não é o que ocorre nesta produção. Stephen Hawking é mostrado, antes de mais nada, como um ser humano repleto de dúvidas e questionamentos e que busca a felicidade. O trabalho do ator Eddie Redmayne, ainda desconhecido do grande público, emocionou o físico que afirmou que em alguns momentos pensou que era ele próprio que estava em cena.
A teoria de tudo discute vida, morte, buracos negros e viagens no tempo, mas a grande conclusão do filme é perceber que o amor é algo tão assombrosamente indecifrável quanto a mais longínqua estrela do universo.