Um fax, uma máquina de escrever e 3 especialistas de aviação dentro de um escritório improvisado no subsolo de uma casa – foi com esta estrutura que a hoje gigante Air Charter Service começou a operar, há exatos 30 anos, em 1990, no Reino Unido.
A maior empresa de fretamento aéreo do mundo conta atualmente com 450 especialistas que atendem em mais de 40 idiomas, espalhados por 27 escritórios, em 6 continentes. Um destes escritórios fica em São Paulo, comandado pela diretora da Air Charter Service para a América do Sul, Ana Benavente.
O fundador e presidente da empresa é Chris Leach, piloto e filho de piloto. Leach tem vasta experiência na aviação comercial. Na década de 80 se tornou um especialista em voos para ajuda humanitária, gerenciando um Projeto da ONU para combate da fome na África. Aterrissando em pistas remotas, difíceis e em condições bem arriscadas, foi percebendo sua vocação em situações emergenciais, de crise, e uma lacuna no mercado de fretamento por si só.
A diretora da Air Charter Service para a América do Sul, Ana Benavente, comenta que a empresa foi responsável pelo fretamento das maiores operações de ajuda humanitária ao redor do mundo. “Um dos orgulhos da empresa nesses 30 anos é ter sido responsável pelo fretamento e cuidado da burocracia de operações aéreas complicadas, em situações muito adversas, mas essenciais para a preservação da vida de milhares de pessoas. Há 3 décadas estamos movimentando cargas e pessoas para dentro e fora de situações de risco, em tempo recorde, porque ser ágil significa salvar vidas”. Listamos alguns dos voos humanitários abaixo:
1992 – Programa Mundial de alimentos (WFT) da ONU. Em plena guerra civil da Somália, a ACS foi contratada pela ONU para providenciar ajuda alimentar de emergência nas áreas afetadas.
1994 – Genocídio em Ruanda. Primeiro esforço de ajuda humanitária em grande escala da ACS que transportou hospitais móveis, tropas de ajuda, e diversas cargas durante 2 meses, para uma população onde foram mortas aproximadamente 1 milhão de pessoas.
2004 – Sismo e Tsunami com epicentro na Indonésia. Um dos mais mortais desastres naturais da história, causando a morte de cerca de 228 mil pessoas. Foram organizados 46 voos pela ACS.
2005 – Terremoto no Paquistão. Voos de resgate, com pessoal e carga, inclusive com cães farejadores. No total foram organizados 78 voos.
2010 – Terremoto no Haiti. Transporte de bombeiros, trabalhadores voluntários e jornalistas. Com o solo drasticamente danificado, o aeroporto de Porto Príncipe não comportava aviões grandes.
2011 – Guerra Civil na Líbia. Evacuação de mais de 4.500 passageiros numa das mais complexas operações da ACS para retirar pessoas de várias nacionalidades do país. A ACS foi uma das primeiras empresas a obter autorização para repatriamento no meio de uma guerra.
2015 – Terremoto no Nepal. Mesmo com 2 terremotos seguidos a equipe da ACS continuou obtendo as licenças e coordenando os voos da Cruz Vermelha diariamente, por 2 meses.
2019 – Ciclone IDAI, em Moçambique. Fretamento de aeronaves para transportar quase 500 toneladas de ajuda humanitária, cerca de 100 médicos, e cargas como vacinas contra cólera, água, lonas e mosquiteiros. O desastre deixou três milhões de pessoas necessitadas de apoio humanitário e pelo menos 700 mortos.
2020 – Pandemia COVID-19. Até o momento foram milhares de voos relacionados a pandemia. Repatriamento em massa para diversos países (mais de 25 mil pessoas), envio de EPIs (30 mil toneladas).
Segundo Ana Benavente, a empresa tem um serviço personalizado 24 horas, equipe altamente capacitada, ágil, e garante a entrega do voo ao cliente, haja o que houver. “ Infelizmente vivemos esse período de Pandemia, nenhuma empresa séria gosta de lucrar com a tristeza. Mas estamos sempre alertas, prontos a atender seja qual for a situação, a ajudar e a superar expectativas. Esperamos que tudo passe muito em breve para que possamos comemorar essa trajetória linda da ACS, de um escritório de garagem até atingir a liderança do mercado mundial, com viagens mais amenas, de experiências mais alegres”.