O vinho é considerado uma das bebidas mais apreciadas e luxuosas do mundo. E as razões para isso passam pelos aspectos culturais, pela tradição e, é claro, pelo prazer do consumo. Contudo, nas últimas décadas um diferencial fez com que seu consumo ganhasse ainda mais destaque: o poder do vinho sobre saúde.
A ideia de que consumir vinho faz bem para a saúde é um conhecimento difundido mesmo entre aqueles que não são apreciadores da bebida. E ainda que este conhecimento esteja bem enraizado, poucos sabem o que faz o vinho ser tão especial e quais as diferenças que podem tornar alguns rótulos potencialmente mais benéficos do que outros.
Uma das principais razões para tantas vantagens é a matéria prima usada na produção do vinho. A uva possui muitas propriedades terapêuticas em virtude da concentração de polifenóis. Estes compostos vegetais são resultantes de um processo natural de defesa da videira, que estimula a produção dessa substância diante das agressões externas como exposição solar, pestes e outras intempéries.
Muitos consumidores, porém, acreditam que todos os rótulos traduzem cultura, tradição e saúde. Contudo, nem todos podem ser considerados um elixir para o organismo. Com os processos industriais, muitos aditivos e conservantes são utilizados para aumentar a conservação da bebida do cultivo da uva ao engarrafamento.
Não é a toa que um novo mercado tem se expandido diante da procura por vinhos genuinamente sinceros, os chamados vinhos “de produtor”. Os rótulos artesanais têm ganhado espaço por seguir a ideia de um maior respeito ao meio ambiente. Assim, os rótulos pertencentes a essa categoria buscam traduzir a essência mais legítima da bebida, respeitando o tempo e os limites do processo tradicional de transformação da uva em vinho.
De acordo com a sommelière Stephanie Duchene, o diferencial destes produtos em relação aos industriais é que existe um cuidado desde o plantio, que garante um fruto mais saudável. “Cada etapa do processo busca respeitar ao máximo as características originais da uva, portanto, por natureza, esses vinhos são mais ricos em determinados nutrientes e possuem pouquíssimos traços de sulfito. É possível afirmar que, em comparação os vinhos padronizados quimicamente, a bebida não é só consideravelmente mais saudável, mas também mais sincera” ressalta Stephanie.
Para a sommelière, a apreciação moderada da bebida deve ser estimulada como um hábito, principalmente entre os brasileiros que ainda consomem pouco. E mesmo que a maioria dos vinhos possua benefícios, alguns rótulos se sobressaem quando o assunto é saúde: os franceses, especialmente da região de Languedoc e os provenientes da uva Tannat, são considerados extremamente benéficos. Coincidência ou não, os habitantes do sudoeste da Franca são conhecidos, inclusive, por sua longevidade. E para facilitar na escolha do dia a dia, a especialista informa que “existem diversos estudos que apontam que os tintos possuem características mais acentuadas em relação aos nutrientes benéficos à saúde. Na escolha de um bom rótulo, deve-se dar preferência aos rótulos artesanais, optando pelos secos, com menos açúcar, e aqueles de menor teor alcoólico, abaixo dos 12.5%. No mais, basta apreciar o momento com moderação e, como manda o brinde: saúde”.