Para quem não aguenta mais a onda de filmes de super-heróis, que nos últimos anos se tornou a grande aposta dos principais estúdios de cinema norte-americanos, Birdman, apesar do nome, não é uma história de heróis. Muito pelo contrário.
A nova produção do diretor Alejandro González Iñárritu, responsável por filmes enigmáticos como Babel e 21 Gramas, se trata, em essência, de uma crítica mordaz ao sistema de produção cultural que vivemos nos dias de hoje.
O roteiro conta a história do ator Riggan Thomson, interpretado com maestria e brilhantismo por Michael Keaton, que fez muito sucesso no passado, interpretando o herói Birdman e, desde que recusou fazer o quarto filme da franquia, entrou em decadência. Após muitos anos, Riggan percebe que uma peça de teatro pode ser a forma de se redimir junto à crítica e ao público que tanto o adorava.
A escolha de Michael Keaton para o papel principal é certeira. Afinal de contas, ele mesmo sofreu muito para se livrar da imagem construída pelos dois filmes do herói mascarado Batman em que atuou. Keaton já recebeu prêmios pelo filme e é um dos grandes concorrentes ao Oscar deste ano.
Birdman é cinema de primeira grandeza feito por profissionais capacitados, antenados e com a incrível capacidade de rir de si mesmo. São filmes assim que, nos fazem acreditar que o cinema de qualidade não faz parte apenas de um passado muito distante.
https://www.youtube.com/watch?v=Qm_QKwdx4Us