Marcas como Cartier e Louis Vuitton, verdadeiros símbolos globais de opulência, podem ser conferidas, como uma boa pechincha, em um país cuja economia passa por um grande período de instabilidade: o Brasil. Isso ocorre devido a queda no valor da moeda brasileira e faz com que determinados produtos de luxo estejam, agora, mais baratos em São Paulo do que em Nova York.
Mas, a maioria dos brasileiros ainda se mantém muito longe desses luxos. No Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, o relógio Cartier Tank Anglaise, fabricado em ouro e aço, custa pouco mais de 32 mil reais, valor equivalente a pouco mais de nove mil dólares. Na Quinta Avenida, em Manhattan, o mesmo relógio pode ser encontrado custando U$ 580 a mais. Os descontos impostos ao mercado brasileiro pela Cartier também foram adotados por marcas como Prada, Tiffany & Co., Salvatore Ferragamo e Christian Louboutin.
Muitos itens high-end estão realmente mais baratos e isso se deve a perda de valor da moeda brasileira em comparação ao dólar. Para tentar contornar essa situação, grifes como Louis Vuitton e Prada não estão ajustando seus preços de forma frequente, tolerando margens de lucro mais estreitas no Brasil para compensar os altos impostos sobre as vendas.
“É realmente um fenômeno momentâneo” afirmou Nadya Hamad, gerente de uma loja Louboutin no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. “Costumávamos receber queixas de nossos clientes falando que nossos preços sempre estavam muito altos. Agora, eles afirmam que estão mais baixos” ressaltou.