A possibilidade de implantar em um robô dispositivos que o transforme em um ser pensante e autônomo, capaz de escolher e decidir o próprio caminho, é um tema que motiva a criatividade humana. E no cinema não é diferente. De personagens cômicos como a dupla R2D2 e C3PO de Star Wars ao ciborgue da série O Exterminador do Futuro que, mesmo tendo sentimentos, jamais será capaz de chorar, a sétima arte já deu vida aos mais diversos tipos de robôs.
Chappie, filme que está em cartaz nos cinemas brasileiros, conta outra história dessa linha. Colocando em discussão o conceito de humanidade, a trágica vida das populações miseráveis no mundo, os limites éticos da inteligência artificial e a capacidade humana em reconhecer e aceitar o diferente, a produção conta a história de um robô que é criado com a capacidade de pensar.
O filme é dirigido por Neil Blomkamp que provocou controvérsia com Distrito 9, produção em que os alienígenas confinados eram o pretexto ideal para críticas sobre a sociedade e o desenvolvimento das relações entre ricos e pobres no mundo. No elenco desta nova produção, além de Chappie, o robô criado digitalmente, ainda destacam-se Hugh Jackman e Sigourney Weaver.
Embora o filme acerte em discutir abertamente questões como humanidade, tecnologia, moralidade e as diferenças entre certo e errado, o excesso de temas acaba deixando a história um pouco confusa. É possível torcer pelo robô que descobre-se uma espécie de criança em mundo de adultos, mas, quando a única forma de redenção do personagem é a violência, os valores se perdem e a crítica apenas reitera o modus operandi da sociedade atual.
Assista ao filme como um bom filme de ação, pois como crítica social ele deixa a desejar.
https://www.youtube.com/watch?v=r9635ObuLVU