Philippe Vasilescu, Brand Ambassador da marca Louis XIII, recebeu Karine Botelho para uma entrevista exclusiva na qual falou a respeito do mercado brasileiro e internacional e sobre as singularidades da bebida que representa.

Muitos países, a exemplo do Brasil, atravessam crises financeiras. Em sua opinião, esses momentos de instabilidade afetam o mercado de bebidas de luxo?

Como você sabe, o mundo atravessou uma grande crise em 2008, que afetou um grande mercado, a China. Porém, mesmo atravessando momentos difíceis, nós tivemos a oportunidade de manter o alto nível da marca, porque para o luxo, se bem posso dizer, a crise não existe de fato. Não é porque existe uma crise que os consumidores vão deixar de comprar Louis XIII.

Eu estava trabalhando em Paris naquele tempo e mesmo durante a crise, pude notar que os hotéis continuavam cheios e a demanda seguia alta. Eu gosto de comparar o Louis XIII a cidades como Paris e Nova Iorque, que mesmo durante momentos econômico-financeiros instáveis mundialmente, elas continuam a receber turistas.

O nosso desafio foi levar o cognac de um patamar no qual a bebida é vista como tradicional e antiga à uma verdadeira marca de luxo, um status digamos assim. Passamos de um High end Cognac à uma High end luxury brand.

Qual o planejamento da Remy Martin para expandir a marca para mercados como o Brasil?

Eu não falo sobre a Remy Martin, porque é outra coisa. Remy Martin é uma marca de bebidas alcoólicas e Louis XIII uma marca de Cognac de alto Luxo. É por isso que quando falamos sobre Louis XIII não é necessário mencionar Remy Martin.

Por sua singularidade e alto nível, a Louis XIII é a única das marcas Remy Martin que possui Brand Ambassadors, que são os responsáveis pela marca em diferentes continentes. Hoje temos embaixadores na Ásia, na Europa e nas Américas. A América do Sul é de fato um mercado importante para nós, por isso hoje temos um embaixador em São Paulo.

Nos Estados Unidos temos três embaixadores, na Inglaterra e na França um e por aí segue a lista. A marca ainda pretende aumentar bastante o número de embaixadores ao redor do globo, porque entendemos que cada mercado precisa ter um embaixador para fazer as devidas adaptações de acordo coma demanda específica daquele mercado.

Como é o trabalho de um Brand Ambassador? Ele é uma espécie de PR da marca?

O embaixador não tem uma rotina. É um trabalho diferente a cada dia, que envolve muitas atividades e é preciso ter diferentes habilidades como o bom relacionamento interpessoal, porque somos responsáveis pelas contas mais prestigiosas da marca, pelos maiores consumidores como hotéis, restaurantes, resorts e private clubs. É preciso ter muita energia para acompanhar o trabalho de todas essas pessoas que vendem o seu produto para o consumidor final. É um trabalho árduo e non-stop. Você precisa estar diretamente envolvido em todo o processo.

Todo Brand Ambassador é um PR, mas nem todo PR tem condições de ser um Brand Ambassador. É uma responsabilidade que vai além. Nós não estamos envolvidos apenas com a mídia, a imprensa ou as celebridades, nós lidamos com todo o tipo de pessoas, desde os garçons de um restaurante até os managers e os clientes finais do nosso produto. Portanto, ser um PR é uma grande parte do nosso trabalho, mas ele não se resume a isso.

Diversas cidades brasileiras já receberam eventos de degustação em que o astro era o conhaque Louis XIII. Qual a importância desses eventos para a divulgação da marca, em diversos países?

Eu sempre digo que nós não vendemos um produto, vendemos uma experiência. Por isso quando encontramos com o nosso cliente queremos entregar a ele uma boa experiência. Preparamos todo um ritual, com Champagne, um pequeno menu principal e uma paleta de sobremesas para que ao final ele possa saborear o LOUIS XIII. Temos prazer em cuidar do cliente do momento que ele chega até o fim da vivência, para que ele nunca se esqueça daquela experiência.

Muitos especialistas em bebidas consideram o conhaque Louis XIII uma espécie de “Rei dos Conhaques”. Em sua opinião, quais os elementos fazem a diferença?

Além de ser uma bebida que existe há 142 anos e que passou sua tradição através das gerações, o nosso Cognac carrega este nome porque foi o Rei Louis XIII quem reconheceu e oficializou a região de Cognac na França como a maior produtora da bebida. Já em termos de fabricação, o que faz a diferença é que a bebida é composta por mais de 1200 eau de vie (álcool puro produzido por meio de fermentação e destilação dupla) misturadas e envelhecidas, sendo que a mais nova tem 40 anos e a mais velha tem 100 anos. Então é mais um bom motivo para chamá-lo de Rei dos Cognacs, porque você tem uma experiência que atravessa os séculos.

E por falar em conceito, as novas visões sobre o mercado do luxo indicam que o interesse dos consumidores está muito mais na experiência do que na acumulação. De que forma as ações de divulgação da Rémy Martin e do Louis XIII percebem essa ideia?

Como eu falei antes, Louis XIII é muito mais sobre experiência do que sobre possuir algo. Eu gosto de dar um exemplo: se você vai a uma loja ROLEX para comprar um relógio, com certeza está à procura de algo que possa te oferecer muito mais que apenas ver as horas, você vai à busca de uma experiência. Então essa é a diferença entre um relógio de 50 dólares e um de 30.000 dólares. Por isso nós entendemos que o consumidor de luxo quer ir além.

Por estes motivos trabalhamos para que a experiência Louis XIII seja absolutamente inesquecível.

Celebridades como o cantor britânico Elton John e o ator americano Jamie Foxx já afirmaram serem verdadeiros apaixonados pelo conhaque Louis XIII? Qual o segredo para conquistar um público tão seleto?

Primeiro, porque eles têm a oportunidade de consumir algo extremamente luxuoso no âmbito das bebidas alcóolicas, e como já mencionei eles têm a chance de viver uma experiência única. Eles são tratados de maneira especial, como seres humanos que são, em busca de novas experiências, e não unicamente celebridades. Cuidamos deles como cuidamos de todos os outros. E assim, com muita dedicação, criamos verdadeiras relações com pessoas. Por exemplo, Prince quando vai à Paris fica sempre em um mesmo hotel e lá deixamos um copo de Cristal personalizado com seu nome para que ele se lembre de que sua experiência Louis XIII é única e merece todo cuidado.

Em sua opinião qual o melhor momento para apreciar o conhaque Louis XIII?

Eu diria que todo o momento em que você está feliz e quer celebrar a vida é propício para apreciar Louis XIII. Eu conheço pessoas que adoram essa coisa do LifeStyle e sempre que têm a oportunidade elas querem degustar e oferecer Louis XIII, e também conheço outras que preferem guardar para ocasiões mais especiais.

Durante um jantar, o momento mais apropriado para degustar o cognac é depois da sobremesa. Por isso ele se tornou o queridinho dos restaurantes que possuem estrelas Michelin, servem usualmente seis ou sete pratos diferentes, e ao final do ritual eles querem oferecer às pessoas uma taça de Louis XIII. É como a cereja do bolo, faz toda a diferença.

E qual o seu recado para o público que ainda não teve a oportunidade de conhecer o sabor único do Louis XIII?

Eu diria que a singularidade de Louis XIII e sua alta complexidade de produção que permite unir todo o aroma e sabor de mais de 1200 eu de vie, que atravessaram um século de existência, podem proporcionar sensações únicas e individuais. Cada um vai apreciar de maneira diferente, dependendo do que eles comeram antes da degustação, de como se sentem e de qual é a ocasião. Todo mundo tem uma percepção que pode ser mais ou menos aguçada, porém ouso dizer que a primeira impressão será sempre surpreendente.

Entrevista concedida à Karine Botelho.