A violência e a insegurança estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas, dos países mais desenvolvidos aos mais miseráveis. Horas de Desespero, produção em cartaz nas salas de cinema do Brasil, se vale dessas sensações para questionar até que ponto se é capaz de chegar para manter a família viva em meio ao mais absoluto caos. Mas longe de abordar elementos clássicos do cinema de terror, como os zumbis hoje tão em moda, o filme se prende à uma realidade bem mais comum.
Quando um executivo norte-americano, que é transferido por sua empresa, chega com a família a um país asiático, um golpe político toma conta das ruas e, de uma hora para a outra, a esperança de uma vida melhor se transforma em uma batalha pela sobrevivência. Sem entender direito quem está certo ou quem está errado, a família americana sabe que os estrangeiros são alvos preferenciais e, dessa forma, precisará lutar para viver.
Embora seja claro o tom patriótico que abre pouco espaço para explicar os motivos que levaram à guerra civil e focaliza apenas as vítimas estrangeiras, especialmente os americanos, a produção possui cenas de ação fortemente inspiradas na realidade, muito bem desenvolvidas e belamente filmadas.
Owen Wilson e Lake Bell formam o casal que vai descobrir o significado de palavras como medo e dor. O destaque do elenco, porém, é o ator Pierce Brosnan que dá uma de agente secreto e ajuda a família na sua fuga desesperada. O penúltimo 007 dos cinemas mostra que, ainda, não perdeu seu charme e nem a pontaria.