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Luxo milenar

Luxo milenar

Muitos são os motivos que tornam Londres uma das capitais mundiais do luxo. Afinal de contas, não é difícil encontrar pelas ruas do centro londrino extravagâncias como uma Ferrari coberta com uma camada de vinil de ouro ou um apartamento que custa mais de 350 milhões de dólares.

Mas, se a capital londrina é conhecida mundialmente pelo alto padrão de produtos e  serviços facilmente encontrados na cidade, também é famosa por algo muito mais intimista, delicado e que, também, se encaixa com perfeição ao universo premium:o chá.

Todos sabem que o chá não é uma criação inglesa, entretanto, Londres representa hoje, em todo mundo, uma espécie de porto-seguro da bebida. O prazer de consumir uma boa xícara de chá na capital do Reino Unido transcende em muito o sabor das folhas usadas na sua produção. A importância do consumo da bebida para os londrinos é tamanha que na década de 1950, por exemplo, o cenário do pós-guerra motivou o crescimento das redes de fast-food que vendiam comidas e bebidas rápidas e baratas. Em praticamente todo o mundo, houve uma diminuição do consumo do chá, menos na Inglaterra, onde a população não abandonou a tradição do chá das cinco.

É atribuída ao imperador chinês Shen Nung, no ano de 2737 a.C., a descoberta acidental da bebida. Quando a comitiva parou para esquentar a água que seria bebida, para purificá-la, caíram folhas de um arbusto que deixaram a água com um tom castanho. Imediatamente o imperador que, por sinal também era cientista, resolveu experimentar a nova bebida. Nascia assim o chá.

Entretanto, a popularização da bebida ainda levariam um bom tempo. Conforme texto disponível no site Casa do Chá, foi apenas a partir de 1560 que a bebida começa a viajar pelo mundo “conquistando uma multiplicidade de culturas e povos.” Ainda de acordo com a matéria “A Inglaterra teve, ao longo da história, uma influência direta sobre o papel e a importância do chá no mundo, a tal ponto que esta bebida tranquila esteve na base de vários protestos e até uma guerra!”.

Se o chá,  no decorrer a história, ocupou lugar de destaque na economia motivando disputas e batalhas, ele também se destacou na religião. Em diversos países, como o Tibet, a bebida é considerada sagrada e o seu consumo um verdadeiro ato de fé.

Atualmente, o chá é considerada a segunda bebida mais popular do mundo, perdendo apenas para a água. A democratização do consumo da bebida contribuiu apenas para reforçar sua autenticidade e singularidade.

A bebida que outrora era dos reis e da nobreza, hoje é consumida em todos os momentos, desde a celebração de um grande acontecimento até a simplicidade de receber visitas em casa. Tomar um bom chá,  na companhia dos entes queridos, é verdadeiramente um luxo milenar.

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Manu Berger
Com cursos sobre o Mercado do Luxo em Paris, Milão, Londres e Nova York, Manu Berger é a fundadora da Terapia do Luxo, uma revista digital voltada para o público de bom gosto. Com atualizações diárias o endereço é pioneiro no segmento high-luxury no sul do país.
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