O mercado de bens pessoais de luxo registrou um ano recorde em 2022, atingindo um valor de mercado de 345 bilhões de euros, apesar das tensões geopolíticas e do cenário de incerteza na macroeconomia. Esse ímpeto persistiu no primeiro trimestre de 2023, alcançando um crescimento de 9% a 11% em relação a 2022. Essas são algumas das conclusões de um redente estudo global do mercado de bens de luxo da Bain & Company.
A pesquisa atribui o crescimento no primeiro trimestre de 2023 a uma série de fatores, como a diminuição gradual da hiperinflação, a recuperação da confiança dos consumidores europeus, a reabertura de mercado na China e a eliminação de suas restrições de política zero Covid antes das compras para o Ano Novo local, além do bom momento econômico do Japão e do Sudeste Asiático, impulsionado pelo turismo na região.
“A indústria do luxo está passando por uma nova fase depois do crescimento pós-pandemia, com novos indicadores de resiliência, estabelecendo quem ganha e quem perde”, disse Claudia D’Arpizio, sócia da Bain & Company e líder da prática Global Luxury Goods and Fashion da Bain. “As marcas que desejam ter sucesso precisam estar focadas de forma holística nos consumidores; equilibrar sua exposição em cada região; oferecer propostas de alto valor com a entrada de novos clientes e promover experiências em escala, além de impulsionar peças icônicas, atemporais e atrativas”, complementa a executiva.
Nesse ambiente, a inteligência artificial generativa irá impactar todas as etapas da cadeia de valor do mercado de luxo, desde as operações de distribuição às de criação, revolucionando a praticidade dos negócios em todas as funções. Como vimos com os canais digitais, os líderes de amanhã serão aqueles capazes de ficar à frente e criar uma vantagem competitiva por meio de novas tecnologias.
“O luxo está entrando na era do ‘literalmente eu’, marcada pelo desejo de se mostrar além de itens puramente aspiracionais, valorizando a exclusividade sobre o status”, disse Federica Levato, sócia da Bain & Company e líder da prática de artigos de luxo e moda EMEA da empresa. “Enquanto isso, peças icônicas e atemporais permanecem cobiçadas por conta de sua escassez e valorização contínua. Isso significa que muitas peças recém-chegadas ao Mercado estão tendo um desempenho superior, mas estão competindo em um mundo de gigantes, que também estão tendo muito sucesso. Para permanecerem relevantes no longo prazo, as marcas precisarão continuar a canalizar uma mentalidade insurgente, valorizando os produtos bem sucedidos e as visões de seus fundadores ao mesmo tempo em que se preparam para sustentar o crescimento de longo prazo, em linha com os fundamentos do negócio”.
Crédito da imagem: Prada/Divulgação