Em cartaz nos cinemas brasileiros, Nocaute, produção estrelada por Jake Gyllenhall e Rachel McAdams, faz parte de um gênero particular no universo cinematográfico norte-americano: os filmes sobre boxe. Desde a consagração de Rocky – Um Lutador, produzido em 1976 e que ganhou o Oscar de melhor filme, a mais clássica das lutas volta e meia ressurge nas telas contando o drama de seus atletas ou de seus fãs.
No caso de Nocaute, a história gira em torno do boxeador Billy Hope. Invicto há 43 lutas, com uma fortuna invejável e vivendo ao lado da esposa e da filha, o lutador vive o ápice da sua carreira. Acontece que um golpe do destino irá fazer com que o boxeador perca, de uma hora para outra, tudo o que ama. Não tendo mais oportunidade, o ex-campeão vai descobrir em uma pequena academia o significado de palavras como amor, perdão e redenção.
Acostumado a retratar de forma mordaz e, por vezes, cínica a violência cotidiana, o diretor Antoine Fuqua, responsável por Dia de Treinamento e O Protetor, divide o foco das suas lentes entre as cenas de luta e os dramas pessoais vividos pelos protagonistas da história. É curioso um filme sobre boxe, que é um esporte, literalmente, para fortes e destemidos, conceder tanto espaço para o melodrama.
A produção segue o modo de fazer cinema hollywoodiano: o herói, apesar do sofrimento, alcança sua glória. Um dos acertos do filme é, justamente, não querer inovar e entregar um produto que, de certa maneira, se assemelha a uma luta de boxe em que o cinturão está em jogo: mesmo que o embate não seja muito emocionante, sabe-se que dali sairá um campeão.