É praticamente impossível alguém que tenha vivido a primeira década deste novo século e, de algum modo, não entrou em contato com a saga “O Senhor dos Anéis”. Os três filmes, dirigidos por Peter Jackson, e adaptados dos livros do escritor J. R. R. Tolkien, resgataram um gênero que havia sido esquecido: os filmes de fantasia. O sucesso da trilogia comprovou que, no cinema, o importante mesmo é contar uma boa história.
O Hobbit – A Batalha dos Cinco Exércitos, que está em exibição nos cinemas brasileiros, foi divulgado pelos produtores como “o capítulo definitivo da história da Terra Média”, local onde se passam os acontecimentos. É a mais pura verdade, para o bem e para o mal.
Para o mal, porque, com esta produção se encerra uma das mais incríveis histórias já contadas na tela grande. Personagens inesquecíveis como o mago Gandalf ou Frodo Bolseiro dão o seu adeus definitivo ao cinema. E para o bem porque, infelizmente, a nova trilogia baseada no livro O Hobbit ficou muito aquém do esperado.
Se o mais importante para a sétima arte é contar uma boa história, esse é exatamente o defeito destas produções recentes. Ao esticar um livro e transforma-lo em três filmes, o ritmo precisou em muito ser desacelerado e, como consequência, a narrativa não flui e os acontecimentos levam uma eternidade para se realizar.
Neste último filme, com o dragão que guardava o tesouro fora de cena, reinos de toda a Terra Média partem em busca da fortuna guardada e o conflito se torna inevitável. Se as cenas de batalha novamente são espetaculares e com um impressionante grau de realidade, o desenvolvimento dos personagens não merece tal atenção.
O Hobbit – A Batalha dos Cinco Exércitos é o desfecho de uma saga que já faz parte da história do cinema. O final, entretanto, poderia ter sido bem mais feliz.