O universo feminino é um território no qual as sensações mais sublimes e os sentimentos mais corriqueiros dividem espaço lado a lado, às vezes, simultaneamente. Por isso, o assunto é tema da curiosidade e da imaginação dos mais diversos artistas que, ao longo da história, retrataram com mais ou menos fidelidade esse lugar tão inacessível e, ao mesmo tempo, tão comum. Da música à pintura, da poesia à teledramaturgia, entender o que as mulheres querem é um desejo contínuo.
Com o objetivo de dar uma interpretação feminina para essa dúvida que assola a humanidade, a atriz Audrey Dana assumiu o papel de diretora e produziu no ano passado o filme O que as mulheres querem, em cartaz nas salas de exibição do Brasil. Ao todo são 11 protagonistas que tem suas histórias reveladas pouco a pouco no desenrolar da trama. Da profissional que esqueceu a família para dedicar-se à carreira, passando pela esposa traída e chegando à mulher que adora se envolver com homens casados, a intenção era mostrar o louco universo de sentimentos, desejos, sonhos e medos que mora em cada mulher. Entretanto, o resultado ficou bem abaixo da expectativa.
O filme é uma comédia, isso é evidente, entretanto muitas das personagens principais são extremamente caricatas e parecem extraídas dos programas de humor de baixa audiência. A diretora, que tinha em mãos a oportunidade de refletir sobre o papel da mulher na sociedade moderna, acaba repetindo alguns dos mais manjados clichês, tanto da comédia, quanto da psicologia feminina.
O elenco é repleto de grandes atrizes como Isabelle Adjani e Vanessa Paradis e é uma pena que tanto talento junto tenha ficado subjugado por um roteiro que passa longe do que as mulheres querem.