Emanoel Araujo produz uma obra fundamental para o entendimento ampliado e renovado sobre a arte afro-brasileira. Representado no Brasil pela galeria Simões de Assis, é influente em muitos aspectos. Além de artista, Araujo também teve grande impacto passando por diversas instituições, como a Pinacoteca de São Paulo e, principalmente, como fundador do Museu Afro Brasil – a primeira instituição dedicada à produção de artistas afro-brasileiros e africanos no país, abordando temas como: a religião, o trabalho, a arte e a escravidão, entre outros.
Assim, Araujo é um nome essencial à história da arte e à arte contemporânea brasileira. Em 2021, inclusive, a Simões de Assis organizou duas grandes mostras do artista: a primeira em São Paulo, dedicada à série “Orixás”, em diálogo com obras de Rubem Valentim; e outra em Curitiba, dedicada à sua vasta produção de Relevos Geométricos, marca de sua produção nos últimos 40 anos
Agora ganhando terreno internacional, Emanoel Araujo, tem duas obras que figuram na nova campanha da Tiffany & Co. Gravada na Orum House, em Los Angeles, o filme é uma celebração ao amor moderno que tem, como protagonista, o casal Beyoncé e Jay-Z. Foram escolhidas, para figurar o cenário da campanha, uma obra do artista estadunidense Jean-Michel Basquiat (1960 – 1988) e duas obras de Araujo: Biombo (2018), escultura em Pau Marfim e ipê roxo, e o totem branco Oxalá (2007), escultura em madeira e tinta automotiva. A escolha do artista que desponta nas principais instituições culturais do mundo para compor o cenário do vídeo é resultado de um empenho na internacionalização de seu trabalho, com a sua inclusão em coleções como o LACMA e o Hammer Museum, entre outros museus americanos.
A campanha da Tiffany & Co., disponível no Youtube , foi dirigida por Emannuel Adjei um aclamado diretor de cinema, escritor e artista visual negro, e apresenta uma interpretação da música Moon River, popularizada pelo filme Bonequinha de Luxo, de 1961. O emblemático diamante Tiffany usado por Beyoncé nas peças publicitárias já foi usado também por celebridades como Audrey Hepburn (a protagonista do já citado Bonequinha de Luxo) e Lady Gaga.
Sobre o artista
Emanoel Araujo (Santo Amaro da Purificação, BA, 1940), é artista plástico, escultor, desenhista, ilustrador, figurinista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo. Baiano, nasceu numa tradicional família de ourives. Foi na oficina do marceneiro e talhador Eufrásio Vargas que, ainda na puberdade, começou a desenvolver seus trabalhos e aprendeu a marcenaria. Muito jovem, aos 13 anos, mergulhou no universo gráfico como funcionário da Imprensa Oficial de sua cidade. Em 1959, realizou sua primeira exposição individual, ainda em sua terra natal. Mudou-se para Salvador na década de 1960 e ingressou na Escola de Belas Artes da Bahia (UFBA), onde estudou gravura.
Araujo já expôs em diversas galerias e mostras nacionais e internacionais, somando cerca de 50 exposições individuais e mais de 150 coletivas. Foi premiado com medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália, em 1972. No ano seguinte, recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor gravador, e, em 1983, o de melhor escultor. Foi diretor do Museu de Arte da Bahia entre 1981 e 1983, além de ter lecionado artes gráficas e escultura no Arts College, na The City University of New York (1988).
Foi diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo (1992-2002) e fundador do Museu Afro Brasil (2004), atuando como Diretor Curador da instituição até hoje. Em 2005, exerceu o cargo de Secretário Municipal de Cultura e, em 2007, foi homenageado pelo Instituto Tomie Ohtake com a exposição “Autobiografia do Gesto”, que reuniu 45 anos de sua produção. Realizou três mostras individuais no MASP: a primeira em 1981; a segunda, em 1987, intitulada “Esculturas em Grandes Formatos”; e a terceira, em 2018, no contexto do ano dedicado às histórias afro-atlânticas no museu, nomeada “A Ancestralidade dos Símbolos: África-Brasil”. Atualmente, Araujo continua produzindo em seu ateliê, dirigindo o Museu Afro e curando importantes mostras ligadas à imagem e cultura do negro e do índio no Brasil. É representado pela galeria Simões de Assis, que detém do artista em toda a América Latina.