Depois de investigar o que transforma homens comuns em soldados no premiado O Resgate do Soldado Ryan; o que passa na mente de um mentiroso compulsivo no divertido Prenda-me se for Capaz; e a vida de um homem sem pátria exilado dentro de um aeroporto no açucarado O Terminal, o diretor Steven Spielberg e o astro Tom Hanks unem esforços novamente numa produção cujo tema é a Segunda Guerra Mundial.
Ponte dos Espiões, em cartaz nos cinemas brasileiros, conta a história real de James Donavan, advogado e diplomata, que recebe do governo americano uma ingrata tarefa: defender um preso russo em tempos de guerra. Como se não bastasse o tamanho da encrenca, cabe ainda à Donavam viajar até a União Soviética para consolidar um acordo de paz.
A abordagem aqui é diferente do conflito sangrento mostrado em O Resgate do Soldado Ryan. As trincheiras cedem lugar para mesas de escritórios e os soldados se transformam em burocratas a favor ou contra a guerra, dependendo apenas do tamanho da vantagem que cada posicionamento pode trazer.
Como é comum aos filmes de Spielberg, a produção já está sendo cotada para a disputa do Oscar no ano que vem e a possibilidade de Tom Hanks faturar mais uma estatueta também não é descartada. Ponte dos Espiões fala de um mundo que já faz parte do passado, mas aborda uma situação que nunca sai de moda: a certeza que dialogar é sempre melhor que lutar.