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Portal Terapia do Luxo lança nova categoria de conteúdo em homenagem à moda nacional

Valorizar o nacional nunca esteve tão em alta como agora. Como efeito de um novo comportamento do consumidor, estar em contato com marcas, conexões e empresas nacionais se tornou efetivo e primordial como um movimento para potencializar o que é nosso e para nós.
Pensando nesse novo padrão de pensamento, o estilista Sandro Barros, em união com Lilian Pacce, foi pioneiro com a campanha “Eu Apoio a Moda Nacional”, lançada em maio e que imediatamente viralizou nas redes sociais, ganhando reforço de nomes influentes como Helena Bordon, Letícia Saddi, Kadu Dantas, Thássia Naves e Thayla Ayala e engajamento de 150 profissionais do ramo da moda – desde costureiras até jornalistas e modelos.
Com o impacto da Covid-19, o setor têxtil se viu diante de uma problemática de faturamento, se mostrando vulnerável para planejamentos futuros. A campanha, então, reuniu em um vídeo relatos de mais de 10 milhões de pessoas que trabalham com moda no país.
Com tamanha repercussão, o Portal Terapia do Luxo decidiu estrear uma nova categoria de conteúdo exclusivamente para a moda nacional e em homenagem ao estilista Sandro Barros, que nos cedeu uma entrevista exclusiva sobre esse momento do mercado. Confira a seguir.
Como surgiu a ideia de criar uma campanha que apoia a moda nacional?
A criação dessa campanha partiu de Thais Uehara, coordenadora de marketing do Atelier Sandro Barros, com o intuito de valorizar a moda feita no Brasil frente a pandemia do Covid-19. Em meio ao caos, a frase de Leon Tolstoi “canta tua aldeia e cantarás o mundo” martelava minha cabeça, em busca de soluções para o desastre econômico que surgia. E valorizar o que fazemos, o nosso trabalho, era a primeira ação a ser feita.
Essa ideia teve desenvolvimento maior por conta da pandemia e de um modelo de valorizar produtos nacionais?
Sim, geralmente o pensamento do brasileiro frente a moda ainda é o mesmo do Brasil colônia, onde tudo o que vem de fora é melhor, principalmente a moda feita na Europa e nos Estados Unidos. Com o isolamento e o fechamento de fronteiras na Pandemia, o momento era perfeito para valorizar e mostrar nossos produtos, imaginando que as clientes brasileiras teriam que comprar produtos nacionais por não poderem viajar e pela alta valorização das moedas estrangeiras frente ao Real.

Por que acha que é importante potencializar esse movimento? Ainda é necessário validar a qualidade da indústria nacional?
Culturalmente, a moda feita no Brasil, com exceção da moda praia, denim e malharia, já nasce em desvantagem. E será muito difícil mudar esse cenário, já que muitas marcas não têm identidade própria, copiam descaradamente as marcas internacionais e o preço de matérias-primas e mão de obra são caríssimas. Ou seja, mesmo sendo uma cópia, o produto é caro. Já as marcas que possuem identidades próprias, sofrem com o alto custo de produção, com as despesas administrativas e os altos impostos. O cliente brasileiro também reclama do alto preço da mercadoria comparando com as marcas internacionais, julgando injustamente as marcas como abusadoras. Resumindo, se nesse cenário nós não nos valorizarmos, só resta o “coitadismo” ou fracasso.
O que você acha que falta para que nós possamos dar o devido valor para o produto nacional?
Cada marca deve focar no que faz de melhor. Acredito que o modelo para a confecção no Brasil, nesse momento, deve funcionar como os restaurantes no Japão: quem faz sushi não faz massa, quem faz massa não faz grelhado, quem faz grelhado não faz sopa. Eu sei fazer vestidos e roupas de festa, então o meu foco é esse. Não posso fazer moletom. Da mesma forma que as empresas que fazem moletom não devem se meter em fazer vestidos de festa. Para a indústria de moda no Brasil crescer, devemos fazer do nosso melhor o melhor do mundo, para poder competir com as marcas estrangeiras que estão no Brasil e para começar a exportar.
Essa campanha viralizou nas redes sociais. Acha também que esse momento de investimento digital foi proveitoso para divulgar uma campanha tão importante para o mercado nacional?
Tivemos prontamente o apoio da Lilian Pacce, que conseguiu recolher depoimentos de mais de 70 celebridades, influencers, beauty stylists, editores de moda e profissionais da área que não fossem estilistas ou proprietários de marcas. Com edição de Giovanni Bianco, foi criado um vídeo para usarmos nas nossas redes sociais. Foi um belo presente da Lilian e do Giovanni. Tivemos um super engajamento no início da campanha, mas a maioria dos estilistas e marcas nacionais não aderiram, pois isso dá trabalho, como se durante a quarentena estivéssemos muito ocupados. De qualquer maneira, eu acho que o sucesso inicial dessa campanha foi resultado do esforço da Lilian Pacce, do Atelier Sandro Barros e das digitais influencers. Essas meninas foram maravilhosas e serei eternamente grato.
Qual sua expectativa presente e futura diante dessa campanha?
Mudamos a nossa estratégia criando um grupo menor de estilistas e marcas e fazemos um trabalho de formiguinha junto às influencers e “musas” do #euapoioamodanacional . Começamos a ver resultado em vendas, mas o esforço deve ser ainda maior para conseguirmos maior engajamento e apoio.

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Manu Berger
Com cursos sobre o Mercado do Luxo em Paris, Milão, Londres e Nova York, Manu Berger é a fundadora da Terapia do Luxo, uma revista digital voltada para o público de bom gosto. Com atualizações diárias o endereço é pioneiro no segmento high-luxury no sul do país.
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