A Travessia, que está em cartaz nos cinemas brasileiros, é uma produção cujo tema principal é a batalha para conseguir realizar os sonhos. E de sonhos, o diretor Robert Zemeckis, entende bem. Em seus filmes anteriores, apresentou ao mundo uma máquina do tempo em formato de carro antigo, um náufrago que se mantém vivo graças ao amor pela sua amada e um rapaz com dificuldades de aprendizado cujo desejo maior é ser visto como uma pessoa normal e, no caminho, encontra presidentes, vira herói de guerra e até ensina Elvis Presley a rebolar.
Neste filme, o diretor conta a história real do equilibrista Philippe Petit que, em 1974, decide realizar o sonho de sua vida: atravessar as Torres Gêmeas em uma corda de aço sem nenhum tipo de rede de proteção. Entretanto, a aventura heroica do equilibrista, que aprendeu as habilidades ainda na infância, época em que trabalhava no circo, é totalmente ilegal e clandestina. Para executá-la, será preciso burlar o sistema de segurança de uma das cidades mais vigiadas do mundo e, é claro, arriscar a própria vida.
Como aventura cinematográfica, a produção é um deleite visual. Os apaixonados pelo formato 3D irão se encantar com as cenas absurdamente bem planejadas que mostram a big apple em todo seu esplendor. Mas, em muitos momentos, é impossível evitar a comparação do filme com uma peça de circo: muitas coisas não fazem sentido, porém, o mais importante é o resultado e a emoção do ato final.