Escrita por Mary Shelley e publicada pela primeira vez em 1818, a história do cientista Victor Frankenstein e de sua malfadada criatura é um dos maiores clássicos da literatura mundial. Abordando diversos questionamentos morais e éticos, a narrativa do Prometeu Moderno foi adaptada para o cinema pela primeira vez em 1931 e, desde então, é revisitada de forma constante.
É este o caso de Victor Frankestein, produção em cartaz nos cinemas brasileiros, inspirada na obra de Mary Shelley. Diferente de outras versões, entretanto, este filme usa a clássica história apenas como inspiração, já que o roteiro é bem diferente do texto original da autora.
O protagonista do filme não é Victor Frankestein, e sim Igor,um rapaz deficiente que trabalha em um circo e é curado pelas técnicas revolucionárias do cientista. A assombrosa ciência de Frankestein, porém, aos poucos ganha contornos macabros e, as inovações que deveriam melhorar a vida das pessoas, acabam se tornando ferramentas destinadas ao mundo das sombras.
É notório o esforço do ator Daniel Radcliffe, que interpreta Igor, em se distanciar de Harry Potter, personagem que o tornou mundialmente famoso. A dificuldade física na caracterização e a entrega ao papel mostram que Radcliffe tem vida longa longe de Howgarts. O papel do cientista é de responsabilidade de James McAvoy que, mesmo em segundo plano, fornece a força dramática necessária ao personagem.
Embora na parte final o filme se perca pela falta de um posicionamento ideológico mais claro, a produção esmerada se esforça em extrair alguma novidade de uma das histórias mais conhecidas de todos os tempos.