Dentro do mercado de luxo uma marca tem um significado absolutamente importante. Valores como tradição, história, legado, comprometimento e expertise podem ser facilmente identificados quando, por exemplo, observamos um logotipo. Por isso, quando uma marca sente que sua imagem está em cheque perante seu público, é natural que providências jurídicas sejam postas em prática para resolver a demanda.
Foi o que a Chanel fez quando, há seis anos, deu início a um processo contra o WGACA – What Goes Around Comes Around, empresa especializada na revenda de artigos de luxo. Com lojas físicas e vendas online, a organização foi declarada culpada, na semana passada, por violação de marca registrada na ação movida pela grife francesa.
De acordo com o processo judicial, entre os crimes que a Chanel acusava a revenda de luxo de ter pratica está a venda de bolsas falsificadas. Segundo a grife fundada por Coco Chanel, os lucros do brechó de alto padrão obtidos de forma irregular estariam na ordem de 90 milhões de dólares.
Em um comunicado oficial a marca afirmou que as “violações prejudicam os consumidores e a marca Chanel, pois são suscetíveis a confundir o público quanto à natureza dos itens com a marca Chanel que estão adquirindo”.
A WGACA, por sua vez, manteve a afirmação de não ter cometido nenhuma prática abusiva e informou estar “incrivelmente desapontada com o veredito”.
A demanda judicial, de certa forma, vai contra um importante movimento que se fortalece dentro do mercado de luxo das marcas reconhecerem o valor do mercado “second hand”. De acordo uma pesquisa realizada pelo ThredUp a expectativa é que o setor cresça cerca de 127% até 2026. A decisão fortalece o legado da marca francesa, mas pode ser interpretada como um balde de água fria para o segmento.