O que vem primeiro à cabeça quando alguém pensa em você? Será que a lembrança imediata é a sua simpatia, talvez a timidez ou, quem sabe, a segurança com que expõe suas ideias? A impressão que os outros têm a seu respeito corresponde à maneira como você vê a si próprio? E o que gera essa percepção: é a nossa aparência, o comportamento, as roupas que vestimos? É com essas questões que nós, consultores de imagem, trabalhamos. Afinal, a forma como nos apresentamos é um dos canais mais fortes de comunicação, ativado antes mesmo que troquemos as primeiras palavras com nossos interlocutores.
Nos dias online de hoje, mais do que nunca, a consultoria de imagem é um poderoso aliado do homem. Vivemos uma época de selfies a cada troca de roupa, etapa da viagem ou refeição. As atualizações de status, nas redes sociais, são frenéticas: compartilham-se rigorosamente todas as atividades do dia, do treino na academia à obturação no dentista. Mesmo que você não seja esse ser obsessivamente conectado, certamente conhece e convive com vários deles no trabalho, na família e no círculo de amigos. Afinal, desde o surgimento das redes sociais na internet, o Brasil é um dos países que se destaca quanto ao número de usuários cadastrados.
Com a possibilidade de exposição de todos os momentos, perdemos um pouco da ideia de bastidor, e até o que fazemos dentro de casa passa a ser observado por pessoas que, em outro contexto, não teriam acesso à nossa vida pessoal; isso inclui clientes, amigos e até concorrentes.
Não que a preocupação com a imagem seja um fenômeno recente – a história mostra o quanto os imperadores da Antiguidade, por exemplo, já estavam conscientes da necessidade da empatia de seus súditos e do temor por parte dos povos inimigos. O pensador Maquiavel escreveu ainda no século XVI o clássico O príncipe, uma espécie de guia para governantes, no qual enfatiza ferozmente a importância de ações condizentes com o discurso, salientando o peso que a percepção da imagem por seus governados tem na manutenção do poder de um dirigente político. Afinal, até hoje falamos em Júlio César, Cleópatra e Maria Antonieta, figuras de épocas em que nem se sonhava com as ferramentas atuais de comunicação.
Séculos mais tarde, os estudos sobre imagem tanto no campo do branding quanto no da psicologia e da consultoria mostram que não temos controle sobre como ela é desenhada no imaginário de nossos colegas, clientes, amigos ou parentes. O que está, sim, ao nosso alcance, é o gerenciamento de como a nossa imagem é percebida.
A boa aparência é fundamental, claro, mas não há terno de grife e relógios caros que compense um mau comportamento, com atitudes inconvenientes.