O que estamos vivendo, certamente ficará registrado na memória de cada um que enfrentou e passou por um período de pandemia e isolamento social. Mais do que isso, é experimentar uma nova mudança de comportamento, de vida, de perspectiva e visão de futuro. O que tivemos até hoje não fará mais sentido a partir de amanhã.
Isso em todos as vertentes: a forma como lidamos uns com os outros, o valor que damos ao nosso reduto, à nossa casa, ao nosso trabalho e família. Apreciar detalhes e coisas que antes estavam esquecidas, no automático do dia a dia. Tudo levará a um “modus operandis” completamente distinto do que estávamos acostumados.
E em um setor específico, isso será ainda mais notável. Sou da geração que cresceu tendo possibilidades de fazer o EAD (estudo à distância). No tempo da faculdade, já existia essa alternativa que não precisaria de grandes produções: nem mudar de cidade pra fazer aquele curso, naquela faculdade, ou então dispor de uma volumosa quantia, uma vez que estudar via internet traria esse custo/ benefício. Porém, era difícil apostar nisso e escolher o curso à distância ao invés do físico.
Passaram-se os anos e essas chances aumentaram ainda mais, muito mais. Instituições se especializaram em formações online, grupos focados nisso surgiram. O leque abriu e se estendeu. O avanço da tecnologia e internet providenciou muito mais e desenvolveu maiores habilidades. Mesmo assim, o físico foi “pouco” prejudicado e a internet se manteve ativa muito mais como plataforma social do que de ensino.
O ano é 2020 e tudo isso que eu escrevi ficará no passado. O isolamento social nos deu um único e semelhante companheiro: o online. Em 30 dias, me “formei” em 4 cursos diferentes, em 4 corporações diferentes. Matei a saudade dos amigos e familiares, assisti a inúmeros shows, abri minha cabeça para o empreendedorismo acompanhando diversos debates, com nomes relevantes e importantes. O streaming virou peça chave e, dessa vez, veio pra ficar.
E com isso, veio muito mais: é a era das Lives, é a era do natural. Do que você identifica semelhante, do que é acessível, do que é possível. Abrimos espaço para novos talentos, para nomes que estavam escondidos e tiveram portas abertas no AO VIVO. O bastidor é o show e é o que cativa. É a nova tendência e oportunidade de todas as classes artísticas, educacionais e corporativas.
Aprendi que não preciso sair de casa para melhorar. Eu posso e consigo expandir meus conhecimentos através de uma ferramenta que eu mesma explorava de forma básica. Posso fazer exercícios físicos, estudar, estar presente. Posso assistir uma missa, ver comentários enriquecedores de grandes jornalistas, que apreciam suas ideias e se expõem sem medo de qualquer retaliação de qualquer veículo. É o “perto” mesmo estando longe.
Claro que o contato diário e físico não terá menos importância ou ficará excluído de nossas prioridades. Mas aprendemos que temos muito mais.