Em entrevista exclusiva para o Terapia do Luxo, o cantor falou sobre carreira, repertório e, claro, suas incríveis parcerias com grandes nomes da música
Talvez você já tenha tido a música do Leoni como trilha sonora de algum momento da vida. Talvez porque pode ser que nem você saiba que ele é o grande protagonista de inúmeras canções de amor. Há muitos anos o carioca deixou o “backstage” como compositor e assumiu os palcos com sua voz inconfundível e violão. Uma pessoa, uma cena, um cheiro. Tudo tem uma história ou letra cantada por ele.
Durante sua passagem por São Paulo, em dois pocket shows no Paris 6 Burlesque, a coluna teve oportunidade de entrevistar o cantor e explorar o universo atemporal de suas composições que movem gerações. Músicas que nunca deixam de fazer sucesso.
“Eu tenho prazer de fazer show dessa forma tão próxima. A sensação é diferente. Eu acho que as pessoas prestam mais atenção na letra e se envolvem ao cantar a canção. Muita gente tem a oportunidade de me dizer que “tal” música é trilha do casamento, de uma conquista. Sou padrinho virtual de muita gente”.
Mas a trajetória começa em uma viagem ao passado. No ano de 1981 ele já tocava em uma banda que seria uma das principais da época: Kid Abelha. Sim, até por isso muitas de suas composições são lembradas na voz de Paula Toller.
Leoni era baixista e principal compositor do grupo. Em 86 ele decidiu seguir outro caminho e fez história novamente com os Heróis da Resistência. Não lembra? E se eu perguntar sore a música “Só Pro Meu Prazer”? Quem sabe na voz do eterno Cazuza, mas era Leoni que falava e ecoava sua emoção através da canção.
Em 1993 iniciou sua carreira solo à frente de grandes letras que fazem parte das nossas coletâneas até os dias de hoje. Quem não conhece, por exemplo, a música “Garotos II”? Começava a grande e triunfal temporada de eternizar as letras de Leoni.
Nessa época ele fez parcerias valiosas que renderam grandes obras. Hebert Vianna, Leo Jaime e Ney MatoGrosso estão entre os nomes.
“Tenho muitos parceiros de composição, desde muito recentes no mercado tipo Móveis Coloniais de Acaju, O Teatro Mágico, que são gerações abaixo da minha, como tenho parceria com Ivan Lins, Frejat, Cazuza. Me tira do lugar de repetição e eu aprendo muito que caminho elas tomam. E pra cantar é legal porque traz uma novidade na canção que eu sozinho não poderia trazer”.
Em 2002, oito anos depois de uma pausa, ele lança mais uma coleção de sucessos e em 2003 gravou o álbum Áudio-Retrato com todas as suas composições para que o grande público reconhecesse sua verdadeira autoria.
“Muita gente conheceu esse repertório a partir de mim e não de bandas originais como Kid Abelha, Heróis da Resistência. É legal saber que a canção tem essa longevidade. Que ela não fica desatualizada nunca”.
Foi Leoni um dos primeiros artistas a conversar com o público da internet de forma particular na antiga terra do Orkut, a escola que transformou seu site em uma plataforma de interação com os fãs. Muitos line ups são fechados através de votação, onde os internautas escolhem as canções prediletas.
“É o único canal que sobrou para os artistas. É outro universo. Estar na mídia, na rádio ou na televisão é acidental. Você faz sucesso aqui, deixa de fazer sucesso amanhã. Pela internet eu divulgo meus shows e tem dado certo. O último disco que lancei foi em 2015, mas continuo lançando músicas no site”.
E falar de amor? Será que ele tem uma preferência pessoal? Leoni garante que não. Acredita que muita gente o coloca assim, como referência, e que mesmo quando esse não é o assunto principal da canção, as pessoas entendem que sim.
“Quando estamos num relacionamento que não vai bem, todo o resto vai mal. É um assunto importante. É uma questão básica. Todo mundo quer ser amado, todo mundo quer se sentir amado e dar afeto. É o fundamental desde sempre”.
Crédito das imagens: Carolina Warchavsky.