Um roteiro escrito em 1976 ganha vida novamente com duas damas da televisão brasileira. Eva Wilma e Suely Franco estrelam a peça “Quarta-feira, Sem Falta, Lá em Casa” com o equilíbrio perfeito entre drama e comédia, ficção e realidade.
Alcina (Eva Wilma) e Laura (Suely Franco) são amigas há mais de 40 anos e todas as quartas-feiras se encontram para conversar e tomar chá. As duas personagens podem ser confundidas facilmente com qualquer personalidade de sua família. A identificação é imediata ao presenciar os assuntos abordados por elas, como vizinhos, amigos, casos de amor vividos e passados, além de antigas histórias que valem ser relembradas.
Durante o enredo, que é capaz de arrancar boas risadas, um grande segredo é descoberto e relevado. Momento em que a trama abre espaço para o clima mais tenso da peça e coloca em questão a amizade feminina, famosa sororidade comentada nos dias de hoje. Ela existe?
Os temas tão atuais quase se perdem na ideia de adaptação de um script produzido há mais de 40 anos, mas a verdade é que não houve nenhuma alteração. O fluminense Mario Brasini escreveu muitas comédias em tons de crítica. Mas essa, em especial, surgiu de um jeito natural, ao observar duas velhas amigas conversando em um hotel, durante uma de suas viagens. Mesmo com a discussão acalorada, como se “acertassem contas”, elas se despediram com o mesmo afeto que se cumprimentaram inicialmente e combinaram: “quarta-feira, sem falta, lá em casa?”. E foi assim que Gracindo Jr. dirigiu a primeira montagem com Eva Todor e Henriette Morineau e chegou a ser sucesso na Suíça.
Em 2018, o encontro entre as duas atrizes é o ponto forte da atração. Com mais de 50 anos, Suely Franco coleciona mais de 30 trabalhos na Globo entre novelas, minisséries e especiais. Eva Wilma já completou 65 anos de carreira e é dona das vilãs mais memoráveis da TV. E pela primeira vez as estrelas dividem o mesmo palco.
“Sempre tive muita admiração por ela e nunca tivemos oportunidade. Essa é a primeira vez! Muito gratificante dividir esse momento. Imagine que eu já era fã desde que comecei a trabalhar e ela já tinha o programa “Alô Doçura”. Ela foi muito aberta e de cara já começou os ensaios trocando muitas ideias”, comenta Suely Franco.
Na pré-estreia da peça, o teatro estava completo e ovacionou esse grande momento na carreira das atrizes e do diretor Alexandre Reinecke (que já dirigiu Beatriz Segal e Myrian Pires nessa mesma produção teatral, em 2002).
“A reação final da plateia é uma coisa tão gostosa de ver. Os aplausos são de coração e a gente sente que gostaram realmente. É importante investir e falar de teatro e alimentar esse tipo de cultura. As pessoas não têm mais a educação do teatro. Veja, Cecília Meireles e Villa Lobos foram os professores da minha mãe. Na escola, eu fazia teatro e estudava literatura. A primeira vez que vi uma peça foi com a Bibi Ferreira no teatro da cidade (em Olaria/ Minas Gerais). Antigamente tinha muito menos companhia de teatro, A gente trabalhava muito e se falava muito a respeito das peças. Hoje, além das pessoas não terem conhecimento, só falam de televisão e acham que o sucesso de televisão é o mesmo de teatro – o que não é verdade. Então, vamos falar e divulgar sempre! É preciso”, finaliza Suely Franco.
A peça estará em cartaz até dia 25 de novembro, todas as sextas e sábados, às 21h e aos domingos, às 19h, no Teatro Porto Seguro.
Serviço: Quarta-feira, sem falta, lá em casa
Realização: Chaim Entretenimento
Teatro Porto Seguro: Alameda Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos, São Paulo – SP, 01216-010
Temporada: De 5 de outubro a 25 de novembro de 2018
Horário: sextas e sábados às 21:00h e domingos às 19:00h
Duração: Aproximadamente 75 minutos
Valores: Ingressos de R$35 a R$90
Capacidade: 508 lugares
Classificação etária indicativa: 12 anos
Gênero: Comédia
Telefone para informações: (11) 3226-7300