Uma vez, visitei a famosa mina de diamantes de Golconda, situada a 12 quilômetros de Hyderabad, cidade do sul da Índia. Sabemos se estamos indo na direção certa por pistas, como a padaria Diamond. Sugestivo, não?
Me divertia imaginar que a mina seria uma coisa ao estilo dos sete anões da Branca de Neve: uma gruta com a placa “GOLCONDA” na entrada e, no seu interior, diversos diamantes encravados na rocha.
Nada disso: a mina é de aluvião. Fica no rio, que no caso é o Coleroon e Golconda é uma cidade fortificada abandonada. Os diamantes da mina têm um brilho misterioso, um branco azulado, em virtude da cristalização e composição química única dessa região geográfica e que os distingue de todos os outros diamantes do mundo. É como uma certidão de nascimento.
Diamantes encontrados em outros lugares, em países da África, no Brasil, e em outras regiões, se misturam. A exceção de gemas muito importantes. Essas, naturalmente, são cobiçadíssimas e, além de certidão de nascimento, têm pedigree. Por acaso, no Museu de Hyderabad estava em cartaz a exposição As joias do Nizam de Hyderabad. E aí,sim,me senti em uma caverna. Na de Ali Babá!
Vários diamantes famosos foram encontrados em Golconda, como o diamante “Regente” de 140 quilates, que pertenceu aos Reis da França. Atualmente, estão expostos no Museu do Louvre, em Paris.
Hoje não existem mais diamantes na região e o período áureo foi, aproximadamente, entre os anos de 1600 e 1800.
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