Depois de fazer doações milionárias para ajudar no combate à pandemia de COVID-19 no mundo, anunciar a fabricação de máscaras para suprir a escassez na luta contra a propagação da doença e apoiar trabalhadores e profissionais da saúde, inclusive no Brasil, o conglomerado de luxo Kering, dono de marcas como Gucci, Saint Laurent, e Balenciaga, se junta ao Vaticano e a mais algumas dezenas de empresários, empresas globais e líderes mundiais de investimentos para lançarem o “Conselho para o Capitalismo Inclusivo com o Vaticano”.
Sob a orientação moral de Sua Santidade o Papa Francisco e Sua Eminência o Cardeal Peter Turkson, que lidera o Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano, e inspirado nos imperativos morais de todas as crenças, o grupo Kering, comandado pelo empresário François-Henri Pinault, une forças com outras 30 companhias com mais de US$ 2 bilhões de capital e que empregam 200 milhões de trabalhadores, em mais de 163 países ao redor do mundo.
O objetivo dessa nova organização global sem fins lucrativos, fundada sob os auspícios do Vaticano, é explorar o potencial do setor privado para criar uma forma de capitalismo mais inclusiva, sustentável e confiável, representando a urgência em transformar o sistema econômico atual em uma força poderosa para o bem da humanidade e para o desenvolvimento integral do ser humano. Empresas e grupos transnacionais como Mastercard, Allianz SE, Estée Lauder Companies, Johnson & Johnson, Visa Inc., Ford Foundation e The Rockefeller Foundation também fazem parte da iniciativa.
O Conselho, que será liderado por um grupo central de líderes globais, conhecidos como os Guardiões do Capitalismo Inclusivo, se reunirá anualmente com o Papa Francisco e o Cardeal Turkson, e seus membros, incluindo o conglomerado de luxo Kering, já se comprometeram com centenas de ações mensuráveis e assumirão compromissos contínuos para continuar a promover o capitalismo inclusivo, sendo responsáveis por seus compromissos públicos e por convidar empresas em todo o mundo para se unirem a eles.
Em 2020, durante o período de pandemia do novo coronavírus, o papa Francisco lançou a sua mais recente Encíclica, “Fratelli Tutti” (“Todos Irmãos”, em português), um documento papal no qual o Pontífice faz duras críticas ao sistema “neoliberal”, ao populismo e ao que ele chama de excessos “individualistas” da globalização, ressaltando que o capitalismo e o mercado falharam nas suas previsões de acabar com a pobreza no mundo e promover a igualdade e pedindo por uma urgente reforma da arquitetura financeira e económica mundial.