O vinho como um símbolo de união e conexão entre as pessoas

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A relação da humanidade com o vinho foi se moldando ao longo da história. A bebida que já foi restrita a momentos solenes e círculos exclusivos, hoje, se democratizou e se consolidou como um símbolo de união e conexão entre as pessoas. Para falar mais sobre o panorama histórico e contemporâneo do vinho, o Infoluxo conversou com Pietro Capuzzi, Country Manager na Viña Concha y Toro Brasil. Confira a conversa.

Infoluxo: Ao longo dos séculos, o vinho deixou de ser um símbolo exclusivo das elites para se tornar parte da cultura cotidiana em diversas partes do mundo. Como você enxerga a evolução da relação entre o público e o vinho nos dias de hoje?

Pietro Capuzzi: Estamos falando de uma categoria milenar, e que, de forma impressionante, segue em constante evolução e transformação. A relação com o vinho foi se moldando junto da própria forma como as pessoas interagem, se conectam e celebram. O vinho, que já foi restrito a momentos solenes e círculos exclusivos, hoje está cada vez mais presente no cotidiano, acompanhando desde encontros casuais até momentos de introspecção. Acredito que a democratização da categoria vem acontecendo com força nos últimos anos. Hoje, o vinho faz parte de ocasiões antes inimagináveis: está nas praias, nos rooftops, em festivais e piqueniques. É incrível observar essa expansão de contexto, e mais ainda perceber que essa transformação ainda está longe de terminar. Estamos apenas começando a explorar o potencial cultural, sensorial e social do vinho para as novas gerações.

Infoluxo: A forma como se produz e consome vinho passou por diversas transformações. Hoje, há uma busca maior por frescor, elegância e equilíbrio. Quais fatores mais influenciaram essa mudança de perfil nos vinhos contemporâneos?

Pietro Capuzzi: A transformação no perfil dos vinhos contemporâneos é reflexo direto das mudanças nos momentos de consumo e nas preferências dos consumidores. Hoje, o vinho está presente em ocasiões mais descontraídas e informais, como almoços ao ar livre, encontros com amigos e celebrações cotidianas, que demandam rótulos mais leves, frescos e versáteis. Além disso, o consumidor moderno está mais informado e consciente, buscando vinhos que expressem autenticidade e equilíbrio. Essa demanda tem incentivado vinícolas e enólogos a explorarem técnicas de vinificação que valorizem a pureza da fruta, a acidez equilibrada e a elegância no paladar. O resultado é uma nova geração de vinhos que refletem não apenas as características do terroir, mas também o estilo de vida contemporâneo, mais dinâmico, plural e conectado às experiências sensoriais.

Infoluxo: O Chile já é reconhecido como uma potência vinícola global. Quais elementos você acredita que contribuíram para essa reputação e como o país tem se posicionado frente aos mercados mais tradicionais?

Pietro Capuzzi: O Chile reúne uma combinação única de condições naturais e competência técnica. Suas características geográficas, com clima estável, diversidade de terroirs e solos ideais para o cultivo da uva, criam um ambiente praticamente perfeito para a produção de vinhos de alta qualidade. Ao longo dos anos, as grandes vinícolas chilenas impulsionaram uma verdadeira revolução tecnológica no setor, elevando o padrão da vitivinicultura local a níveis internacionais. Essa evolução, aliada a uma consistência na entrega de qualidade, foi fundamental para que os vinhos chilenos ganhassem respeito e reconhecimento global. Além disso, o enoturismo vem desempenhando um papel importante: ao vivenciar de perto a origem dos vinhos, o consumidor internacional se conecta com o Chile de forma emocional e profunda. Tudo isso reforça a imagem do país como uma potência vinícola contemporânea, que honra sua tradição e, ao mesmo tempo, olha para o futuro com ambição.

Infoluxo: Em 2024, o Don Melchor foi eleito o melhor vinho do mundo, um marco para a viticultura chilena e latino-americana. De que forma conquistas como essa podem impactar a percepção internacional sobre os vinhos da região?

Pietro Capuzzi: Esse reconhecimento impacta diretamente — e de forma extremamente positiva — a imagem do Chile como produtor de vinhos de excelência e também reforça a posição da Concha y Toro como uma das grandes referências globais da categoria. É o resultado de décadas de trabalho sério, liderado com maestria por Enrique Tirado e sua equipe técnica, somado à visão de longo prazo da Concha y Toro, que acreditou profundamente no potencial do terroir de Puente Alto. Mais do que uma conquista individual, esse prêmio desperta a curiosidade de entusiastas e especialistas ao redor do mundo para explorar outros grandes vinhos chilenos. E talvez o mais simbólico: elimina qualquer dúvida sobre a capacidade do Chile de produzir vinhos que estão entre os maiores do mundo. Trata-se de um marco que eleva toda a região.

Infoluxo: Neste ano, outro rótulo da Concha y Toro, o Amelia Chardonnay 2023, foi eleito o Melhor Vinho Branco do Ano segundo Tim Atkin. Como vocês enxergam o peso desse tipo de reconhecimento para a marca e para o setor como um todo?

Pietro Capuzzi: O Amelia Chardonnay é uma joia da Concha y Toro. Uma marca incrível, de qualidade surpreendente e que conquista praticamente todas as pessoas que têm o privilégio de prová-la (fica aqui minha recomendação!). Esse reconhecimento de Tim Atkin é mais um reflexo do trabalho excepcional liderado pelo enólogo Marcelo Papa e sua equipe.

Marcelo foi visionário ao identificar, anos atrás, o potencial do vale do Limarí para vinhos brancos de classe mundial. O resultado está aí: Amelia vem se consolidando como um verdadeiro ícone chileno, especialmente no universo dos Chardonnays. É impressionante, mas já comum ouvirmos de grandes conhecedores, inclusive de apaixonados por vinhos da Borgonha, que Amelia entrega uma qualidade compatível com os melhores brancos do mundo. Prêmios como esse não só reforçam a excelência da marca, mas também elevam o prestígio do vinho chileno como um todo no cenário internacional.

Infoluxo: Quando falamos de hábitos de consumo, como a Concha y Toro tem acompanhado as mudanças geracionais? O consumidor jovem tem se mostrado mais aberto à descoberta de novos rótulos ou ainda existe uma predominância dos consumidores mais tradicionais?

Pietro Capuzzi: Como líderes de mercado, temos não só a oportunidade, mas a responsabilidade de inovar constantemente e acompanhar as transformações do comportamento de consumo. E temos feito isso com excelência, oferecendo propostas criativas e alinhadas com os novos desejos do público, especialmente o jovem, que está cada vez mais aberto a experimentar e descobrir. Hoje, contamos com inovações em todas as nossas linhas: desde novos perfis enológicos e designs disruptivos até conceitos como o Casillero del Diablo BeLight, um vinho com menos calorias e álcool, que conversa diretamente com uma geração que busca equilíbrio e prazer ao mesmo tempo. Ao mesmo tempo, é importante dizer que o consumidor tradicional continua sendo uma parte relevante e valorizada do nosso mercado. E temos um portfólio robusto que atende perfeitamente a esse público, com rótulos como Marques de Casa Concha, Terrunyo, Don Melchor e Amelia, que representam o clássico com sofisticação e consistência. O segredo está em manter o equilíbrio: honrar nossa tradição, sem deixar de surpreender.

Infoluxo: Sabores e estilos variam enormemente de país para país. Como uma marca global como a Concha y Toro equilibra identidade, tradição e inovação para agradar paladares tão distintos ao redor do mundo?

Pietro Capuzzi: Nossa força está na qualidade excepcional dos vinhos produzidos no Chile, é isso que nos permite conquistar paladares tão diversos ao redor do mundo. Mas entendemos que, para ser global de verdade, é preciso ir além do produto. Por isso, buscamos conhecer profundamente nossos consumidores em cada mercado e adaptamos tanto nossos lançamentos quanto nossas estratégias de comunicação. Na Inglaterra, por exemplo, criamos o Casillero del Diablo Reserva Especial, com um perfil mais robusto e adequado ao gosto local. Já em países da Ásia, rótulos como Frontera Sweet Red ganharam força por atenderem ao paladar mais adocicado e acessível. O mesmo vale para a forma como nos comunicamos: temos equipes de marketing locais que nos ajudam a traduzir a essência da marca com autenticidade para cada cultura. No Brasil, além de produtos desenvolvidos com o público local em mente, temos investido em parcerias com grandes personalidades brasileiras que refletem os valores das nossas marcas e nos ajudam a criar conexão real com o consumidor. Essas associações não só fortalecem a presença da marca, mas também mostram que, mesmo sendo uma empresa global, sabemos falar a língua de cada país. Esse equilíbrio entre identidade e adaptação é o que mantém a Concha y Toro relevante em tantos mercados diferentes.

Infoluxo: O vinho segue sendo um dos produtos mais emblemáticos dentro do mercado de luxo. Como a Concha y Toro traduz o universo do luxo em experiências e narrativas que conectem emocionalmente com seus consumidores mais exigentes?

Pietro Capuzzi: Na Concha y Toro, tratamos o universo do luxo com profundidade e propósito. Para isso, temos uma equipe dedicada exclusivamente a esse segmento: a Luxury Brands Division, que cuida de forma estratégica da construção de experiências e do posicionamento dos nossos rótulos mais icônicos. Promovemos eventos e experiências que vão muito além da degustação, são encontros que conectam pessoas, sabores e histórias. A gastronomia, por exemplo, é sempre protagonista. Trabalhamos com grandes chefs, harmonizações exclusivas e propostas que criam memórias marcantes. No Chile, oferecemos vivências únicas ligadas ao enoturismo, como a experiência Don Melchor, que transporta o visitante para dentro do terroir de Puente Alto, com sofisticação, exclusividade e conexão emocional verdadeira com a marca. Também investimos em associações com outras marcas de luxo, algumas clássicas, outras mais inusitadas, sempre buscando surpreender e ampliar a experiência com o vinho. O objetivo é o mesmo: gerar encantamento, despertar desejo e entregar algo memorável para o consumidor mais exigente.

Infoluxo: O que podemos esperar da Concha y Toro para os próximos meses? Há novidades que apontem para novas regiões, colaborações ou categorias de produto?

Pietro Capuzzi: Temos muitas novidades chegando nos próximos meses. No turismo, estamos preparando novas experiências exclusivas em nossa vinícola no Chile, pensadas para proporcionar um mergulho ainda mais profundo no universo Concha y Toro, com sofisticação, hospitalidade e autenticidade. No portfólio, um dos grandes destaques é o lançamento da safra 2022 de Don Melchor, que vem acompanhada de outras novidades importantes para a marca. Também teremos vendas exclusivas de safras antigas, algo muito aguardado por colecionadores e apaixonados por grandes vinhos e  uma oportunidade rara de acessar rótulos históricos. E, claro, ainda guardamos algumas surpresas para o final do ano, incluindo novas colaborações e movimentos estratégicos. 

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